-Oi Karina, aqui é um amigo... Você é muito boba!
-Com que direito você diz isso? Quem é você?
-Enquanto você está aí se cortando, morrendo as poucos, o Fred está viajando com a nova namorada.
A voz cessou e o telefone foi desligado. Ela queria ligar de volta, saber que era essa pessoa, o que ela queria, mas a chamada era anonima como a voz grave do outro lado da linha.
Ela se levantou, sabia que continuar na cama não a levaria a lugar algum. Precisava se arrumar, ir para seu trabalho, tentar viver.
Sabia que não conseguiria comer nada, apenas bebeu seu copo de leite e saiu. Não quis se despedir, sabia que a livraria a deixaria melhor. Por mais estranho que parecesse, seu emprego era o único momento feliz de seu dia.
(Aline Gabriela)
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